Mergulhar nas profundezas do Corpo-Cosmos que somos
Entrar nas profundezas do Corpo-Cosmos que somos através do cultivo de uma prática meditativa e contemplativa somática proporciona-nos uma possibilidade de Encontro surpreendente e memorável ao qual se aspira naturalmente a regressar. Este regresso a uma intimidade pura e preciosa, absolutamente genuína e amorosa e ao mesmo tempo assustadoramente desafiante lança-nos naquilo que se pode sentir como um dos maiores reptos da nossa vida.
Manter a Paixão Viva
Manter a paixão viva na intimidade é uma prática profunda que desafia o casal para quem o despertar da consciência e do coração se torna uma aspiração de vida.
O maravilhamento em que caímos quando nos apaixonamos é uma manifestação da nossa natureza profunda, da nossa bondade essencial, desta vocação natural que temos para amar incondicionalmente e para sentir a luminosidade e a pureza de tudo o que existe.
Intimidade e Manifestação
A relação entre o casal numa via espiritual implica comprometimento profundo, desafio, dor e transformação.
Há turbulência, tormento e inquietação.
Notas para um Manifesto-Movimento pela Cultura
1 – Cultura é mais do que as Letras, as Artes e as Ciências. Cultura é mais do que as culturas, com a sua língua e a sua história, as suas tradições, usos e costumes. Cultura é o cultivo de todas as qualidades naturais que fazem de cada indivíduo um ser humano mais pleno, realizado, consciente, criativo, solidário, bondoso e feliz. Cultura é o cultivo de tudo o que conduz a superar os limites e obstáculos, externos e internos, à tarefa sempre em aberto de humanizar os humanos na relação com toda a comunidade dos seres vivos, os outros seres humanos, os animais e a natureza.
Repensar o sentido da Cultura
A primeira evidência ao tentarmos precisar o sentido da palavra “cultura” é a dificuldade inerente a um conceito saturado de significados múltiplos , ele próprio um produto histórico-cultural complexo, que ao ser usado em múltiplas acepções se torna afinal indefinido . Torna-se necessário remontar à etimologia.
Maravilhamento e Realidade
Há um maravilhamento que é nos é trazido de forma mais evidente por determinadas experiências e que nos abre a porta à vivência profunda daquilo que somos. É nesse ficar petrificado, sem palavras ou pensamentos, é nessa imensa suspensão extática onde por vezes somos lançados, que nos encontramos de forma totalmente nua e imprevisível com o nosso verdadeiro rosto. Aquele que na realidade está sempre presente e que corremos apavoradamente a camuflar por ser tão Real.
Quem é o meu próximo?
Interrogado pelos fariseus acerca de “qual o maior mandamento da Lei”, Cristo respondeu “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mateus, 22, 39). Esta resposta, que cita duas passagens do Deuteronómio (6, 5) e do Levítico (19, 18), determinou a ética do Ocidente cristão, sobrevivendo na versão laica com o segundo mandamento, que impulsionou os movimentos sociais e humanitários dos séculos XIX e XX. Notamos todavia que Cristo não se limitou ao “maior” mandamento e fez questão, não só de indicar um segundo, mas de o assumir como “semelhante” ao primeiro, reduzindo explicitamente a suposta distância entre eles. O que se confirma ao acrescentar que os “dois mandamentos” são o cerne de toda a revelação bíblica.
Sonhar que se voa
”Sonhei que era uma borboleta, voando no céu; então despertei. Agora pergunto, sou um homem que sonhou ser uma borboleta ou uma borboleta que sonha ser um homem?”
– Chuang Tzu
A mulher entre Cristo e Buda
Vivemos um ponto de mutação civilizacional no qual, segundo Fritjof Capra, a mais profunda transição consiste no lento mas “inevitável declínio do patriarcado”, com a crescente redescoberta do valor da mulher e do feminino em todos os aspectos da vida. Feminino não é todavia sinónimo de mulher, sendo antes uma polaridade do ser e da consciência que, com o seu complemento masculino, pode ser reconhecida em todo o ser humano, mulher ou homem. Tradicionalmente, contudo, essa polaridade está mais activa nas mulheres.
O que há nesta simples folha de papel
Há muitos modos de olhar para as coisas e muitas formas de as ver, que revelam haver nelas muito mais do que a desatenta percepção habitual nos faz supor. Um sábio contemporâneo, Thich Nhat Hanh, mostra-nos que nesta simples folha de papel há a nuvem de onde veio a chuva que irrigou as árvores de onde se fez o papel, bem como a luz do sol que as fez crescer e também o lenhador que as cortou e levou para serem transformadas, assim como o trigo e tudo o mais de onde veio o alimento que nutriu o lenhador. Com a mesma visão, podemos também reconhecer cada um de nós nesta mesma folha de papel, na medida em que ela integra a nossa percepção e é inseparável de cada um dos nossos presentes estados mentais.